terça-feira, 25 de julho de 2023

O POVO HEBREU: PERÍODO PATRIARCAL

 

A civilização hebraica é proveniente da Palestina, região localizada entre o deserto da Arábia, Síria e Líbano. Próxima ao mar Mediterrâneo e cortada pelo rio Jordão, a Palestina ficou conhecida como um dos principais entrepostos comerciais do mundo antigo. Sendo uma região habitada por diferentes povos, a Palestina é o grande palco da histórica rixa entre árabes e palestinos.

 Lição 06 – Os Pastores e as Ovelhas – elshaday 

 Os hebreus organizaram sua população em diversos clãs patriarcais seminômades. Esses grupos familiares se dedicavam principalmente à criação de gado ao longo dos oásis espalhados no deserto da Arábia. A história dos hebreus se inicia a dois mil anos antes de Cristo e convive com outras grandes civilizações expansionistas do mesmo período. A história hebraica se concentra nos textos bíblicos do Antigo Testamento, que relatam o cotidiano, os hábitos e as crenças dos judeus.

Influenciados por um pensamento fortemente religioso, o povo hebreu fundou uma crença monoteísta focada na adoração do deus Iaweh. Seguindo a liderança de homens designados por Iaweh, os hebreus se julgavam uma nação santificada que deveria manter e expandir a sua população. Por conta disso, as famílias eram bastante extensas e as mulheres tinham como função primordial tratar da criação de seus filhos. Os homens detinham papéis de liderança na administração das tribos e as mulheres eram preparadas para o casamento.

A primeira fase da história política dos hebreus ficou conhecida como Período dos Patriarcas. Nessa época, a população hebraica esteve subordinada à liderança de um membro das tribos que concentrava em suas mãos funções jurídicas, militares e religiosas. A economia era sustentada por meio das atividades pastoris que se desenvolviam por meio de constantes deslocamentos populacionais às regiões férteis da Palestina.

É chamada de Era dos Patriarcas a primeira das três fases da presença do povo hebraico na região da Palestina (Canaã). Tal era se inicia com a migração de Abraão e seu grupo da cidade de Ur (atual Iraque) por volta de 2000 a.C. e chega a uma conclusão com o episódio referido como “Êxodo”, onde Moisés lidera a volta de seu povo do Egito, onde se encontrava submetido à escravidão.

A Era dos Patriarcas recebe tal nome pelo fato da organização dos hebreus estar fundada em torno de patriarcas, isto é, líderes de grandes famílias, que reuniam funções diversas, como a de chefe militar, sacerdote e líder político. Os mais importantes patriarcas foram Abraão, Isaac e Jacó (quando se formam as 12 tribos). É nesta fase que se forma e consolidam as principais características do povo hebreu.

Não há nenhum indício arqueológico que indique a existência de Abraão, Isaac e Jacó, e por isso muito do que se conhece deste período é encontrado em textos religiosos como os da Bíblia. Nela, a formação do povo de Israel tem início quando Deus aparece a Abrão (que terá seu nome mudado para Abraão) e lhe ordena que deixe sua terra e parta para outra posteriormente indicada (Canaã). Em troca, recebe a promessa de formar uma grande nação, que irá ganhar todas as terras, do rio Nilo ao Eufrates. Abraão, segundo o livro do Gênesis, obedece a ordem divina e sua família posteriormente dará origem a todas as nações da região.

Após Abraão, a liderança passou para Isaque, seu filho, e depois para Jacó, que acabaria por ter seu nome mudado para Israel, e cujos doze filhos dariam origem às doze tribos de Israel.

Acredita-se que por volta de 1.700 a.C. os hebreus se transferiram para o Egito fugindo de uma seca intensa, estabelecendo-se no delta do rio Nilo sob proteção dos hicsos (reis pastores), povo que conquistou o território, recebendo uma série de benefícios. Com o fim do domínio hicso, os hebreus acabaram por ser transformados em escravos. Por volta do ano 1.250 a.C., liderados por Moisés (e mais tarde por Josué)  retornariam à Palestina, no acontecimento que ficou conhecido como Êxodo. No livro da Bíblia com o mesmo nome temos o relato (que, a bem da verdade, apresenta vários conflitos com o moderno método científico de relato histórico) do acontecimento, onde se destacam algumas passagens famosas, como a parte em que Deus, a pedido de Moisés, abre o mar Vermelho para que seu povo tivesse caminho garantido rumo à liberdade.

 Durante a migração, os hebreus teriam recebido de seu Deus, Iavé (Jeová), a sua base jurídica, conhecida como os Dez Mandamentos. É nessa época que começa a se consolidar o monoteísmo hebraico.

 Tribos de Israel - Desciclopédia

 

 

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domingo, 4 de junho de 2023

TEMA - MESOPOTÂMIA: ECONOMIA & POLÍTICA


 A civilização suméria, assim como os assírios, os caldeus e os babilônicos, desenvolveu-se na região da Mesopotâmia (do grego, entre os rios) ficava entre os rios Tigre e Eufrates, no território do atual Iraque. Apesar de atualmente não ser uma região muito especial, exceto pelo petróleo e os conflitos constantes, na época era um lugar muito privilegiado. Com cheias dos rios as terras eram fertilizadas pelo limo e húmus (material orgânico em decomposição). Os rios favoreciam a pesca e havia caça abundante e condições para criar animais nas margens dos rios.. Assim como os povos do Egito antigo, as civilizações da Mesopotâmia eram hidráulicas, isto é, sua estrutura econômica dependia estruturalmente dos rios. Tanto foi assim que o termo Mesopotâmia significa “terra entre rios”. Os rios que entrecortam tal região são o Tigre e o Eufrates.

O Tigre e o Eufrates nascem nas montanhas do leste da Turquia e, depois de atravessarem esse país e o norte da Síria, penetram no Iraque, onde formam uma extensa planície fluvial antes de confluírem e desembocarem no golfo Pérsico. As bacias de ambos os rios somam 673.400km2 e em sua maior parte são áridas ou semi-áridas. Entretanto, as chuvas e neves invernais da cordilheira do Taurus, na Turquia, e de Zagros, no Irã, alimentam um caudal considerável, que na foz alcança média de 1.400 m3/s. A irregularidade do fluxo de água é notável. As maiores cheias verificam-se em abril e maio, o que fertiliza a região. Os cultivos de regadio, com tradição de milhares de anos, alimentam uma densa população. No território delimitado pelos rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia, floresceram importantes civilizações antigas, como a dos sumérios e a babilônica.

O Eufrates estende-se por cerca de 2.700km e origina-se de dois rios que nascem nas montanhas armênias, o Kara-Su e o Murat. Esses rios, após um percurso acidentado na direção oeste, confluem em Keban, onde se construiu uma grande represa. Mais abaixo, o Eufrates segue para sul, atravessa a cordilheira do Taurus e penetra na Síria, onde se desvia para sudeste e recebe pela esquerda o rio al-Kabur. Entra depois no Iraque e seu curso converge com o do Tigre, ficando entre eles uma língua de terra, chamada al-Yazira ("a ilha").

O Tigre, com 1.900km, nasce também nas montanhas da Turquia e se dirige para sudeste até a fronteira turco-síria, a qual contorna num breve trecho antes de penetrar no Iraque. Recolhe as águas de boa parte da Taurus e recebe vários grandes afluentes procedentes dos montes Zagros, como o Grande Zab, o Pequeno Zab e o Diyala, que lhe dão um caudal maior que o do Eufrates.

 Surgimento das Cidades

 O surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região foi acompanhado do desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos, evitava inundações e garantia o armazenamento de água para as estações mais secas. Fazia-se necessária a construção dessas estruturas para manter algum tipo de controle sobre o regime dos rios Tigre e Eufrates. A princípio se acreditou que a construção desse sistema de irrigação fosse responsável por determinar um controle rígido e despótico da sociedade pelos governantes. No entanto, descobertas recentes têm verificado que o processo de canalização e controle das enchentes periódicas dos rios foi de longa duração, e as obras de engenharia mais complexas foram realizadas apenas no período helenístico. Esses rios gêmeos, em função do relevo que os envolve, correm de noroeste para sudeste, num sentido oposto ao rio Nilo, sendo as enchentes na Mesopotâmia muito mais violentas e sem uniformidade e a regularidade apresentada pelo Nilo. A recompensa - terra para lavrar, água para irrigar, tâmaras para colher e pastos para a criação - fixou o homem à terra. Somente o trabalho coletivo permitiu que se pudesse dominar os rios, o homem que se afastava das cidades se afastava das áreas irrigadas, pondo-se à margem desse processo.

Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de uma unidade política. Entre eles, sempre predominaram os pequenos estados, que tinham nas cidades seu centro político, formando as chamadas cidades-estado. Cidade-Estado é uma cidade, um local independente, que possui seu próprio governo. A cidade-estado é uma cidade dentro de outra cidade, onde ela sobrevive independente do local onde está inserida, com suas próprias leis. Cada uma delas controlava seu próprio território rural e pastoril e a própria rede de irrigação. Tinham governo, burocracia própria e eram independentes. Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades, surgiram os estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem divina. Nos nossos dias existe uma cidade-estado: A cidade do Vaticano. A cidade do vaticano é denominada oficialmente de Estado da Cidade do Vaticano, fica localizada dentro da cidade de Roma, na Itália mas, é uma cidade eclesiástica, soberana, governada pelo papa.

O Patesi

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 Do ponto de vista político, as cidades sumerianas eram completamente independentes entre si. Em cada uma delas, um sacerdote contava com o auxilio de um grupo de anciãos para que as principais decisões políticas fossem afixadas. Contudo, em certo momento, vemos que essa configuração passa a ser substituída por um modelo mais centralizador na figura do Patesi. O patesi (lit. "Senhor da lavoura") é um termo usado para designar o chefe político-religioso de dado império que viveu na região. 

 Esse chefe assume a condição de monarca da cidade-Estado e transmite os poderes de seu cargo para um herdeiro, formando uma dinastia. O Patesi era um rei-sacerdote com funções religiosas e militares, controlava as obras públicas como a construção de canais, celeiros e templos, além de desfrutar do poder absoluto pois alegava ser o vice-rei na terra de seu deus, e que ainda estava dentro do limite de seus próprios domínios. É o Patesi quem desempenhava as três funções mais importantes da sociedade: chefe guerreiro, sacerdote supremo e governante máximo. A ele era confiado toda segurança e todos as responsabilidades pela cidade-estado. Sargão I foi o rei acadiano responsável por transformar a cidade de Acádia em um império de vastas extensões.

PRÉ-HISTÓRIA & PALEOLÍTICO - SLIDES