domingo, 14 de maio de 2023

TEMA 08: MESOPOTÂMIA & ESCRITA CUNEIFORME (2º BIMESTRE)

Crescente Fértil

A palavra "mesopotâmia" vem do grego e significa "entre dois rios". Com a abundância de águas e terras férteis, os primeiros seres humanos resolveram se fixar ali, entre os rios Tigres e Eufrates, num fenômeno conhecido por Revolução Urbana. Os mesopotâmios eram em sua maioria nômades ou seminômades, caçadores ou coletores e baseavam sua economia em dois importantes entraves: o comércio e a agricultura. Aqueles que desenvolviam a agricultura eram sedentários, assim sendo, o anseio em desenvolver a agricultura está intrinsecamente ligado a procura por regiões férteis, próximas de rios, o que facilitava o desenvolvimento de suas comunidades e, inclusive, o comércio marítimo de caravanas — fortalecendo a economia.

As cidades eram protegidas por muralhas e suas construções mais altas eram os templos, chamados de zigurates. Estes eram administrados por sacerdotes que detinham o poder administrativo da cidade. Com o tempo, essas cidades foram crescendo e despertando a cobiça nas vizinhas. Houve a necessidade de separar o poder religioso do administrativo e surgem os primeiros comandantes militares. Nem tudo, entretanto, era resolvido com lutas. As cidades também começaram a comercializar aquilo que não necessitavam (excedentes) e isso gerou as primeiras trocas comerciais que se têm notícia.

 

 O Crescente Fértil, onde se localizava a Mesopotâmia, é uma região que foi habitada por vários povos da Antiguidade oriental. Geograficamente, o Crescente Fértil está localizado entre o Egito e a Mesopotâmia e é caracterizado como uma região desértica (quente e seca), mas com rios volumosos. Foi às margens desses rios que surgiram as primeiras civilizações do Oriente. A civilização egípcia surgiu às margens do rio Nilo, e as civilizações da Mesopotâmia, às margens do Tigre e do Eufrates. A proximidade desses últimos povos com os rios fez com que vários autores nos denominassem como sociedades hidráulicas.

Tais rios saciavam a sede das pessoas mas também serviam de meios de transporte. Além disso, e o mais importante, as águas dos rios serviam para irrigar as plantações. Em suas vazantes, as margens eram utilizadas para o plantio, pois o baixar das águas tornava o solo fértil. Quando os rios subiam de volume, os povos da Antiguidade oriental construíam diques e represas para que a água não faltasse durante os seus períodos de seca. A religião teve um papel de destaque. Ao utilizarem a escrita, esses povos registravam os ritos praticados em suas cerimônias religiosas. Eram povos politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, e além disso não mediam esforços para construírem belos templos religiosos por meio de refinadas técnicas arquitetônicas.

ESCRITA CUNEIFORME

 Os dois primeiros tipos de escrita da humanidade surgiram no final do quarto milénio antes de Cristo em duas áreas muito próximas: no Egito, com a escrita hieroglífica, e na Mesopotâmia, com a escrita cuneiforme. Embora conheçamos muitos aspectos de ambas, continua a debater-se se tiveram uma origem independente e por que motivo apareceram. No caso da hieroglífica, não é claro se os motivos foram econômicos ou religiosos. Da cuneiforme, porém, sabemos que foi criada com fins administrativos e que no final pressupôs um processo de aperfeiçoamento na contabilidade. Isso está refletido no caráter econômico dos textos escritos mais antigos que se conhecem: mais de cinco mil documentos encontrados na cidade de Uruk e elaborados em 3200 a.C.

Matéria

A escrita cuneiforme é a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. É, juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo conhecido de escrita, tendo sido criado pelos sumérios cerca de 3 200 a.C. Inicialmente, a escrita representava formas do mundo (pictogramas). Com o passar do tempo, por praticidade, as formas foram se tornando mais simples.Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas, potes de argila, em sequências verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Até então duas novidades tornaram o processo mais rápido e fácil: as pessoas começaram a escrever em sequências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo), e um novo estilete em cunha inclinada passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos.

 Tabuletas cuneiformes podiam ser tostadas em fornos para prover um registro permanente; ou as tabuletas poderiam ser reaproveitadas se não fosse preciso manter os registros por longo tempo. Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram tostadas durante os ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios nos quais as tabuletas eram mantidas.

A escrita cuneiforme foi adotada subsequentemente pelos acadianos, babilônicos, elamitas, hititas e assírios e adaptada para escrever em seus próprios idiomas; foi extensamente usada na Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil anos, apesar da natureza silábica do manuscrito (como foi estabelecido pelos sumérios) não ser intuitiva aos falantes de idiomas semíticos. Antes da descoberta da civilização Suméria, o uso da escrita cuneiforme apesar das dificuldades levou muitos filólogos a suspeitar da existência de uma civilização precursora à babilônica. A sua invenção ficou a dever-se às necessidades de administração dos palácios e dos templos (cobrança de impostos, registro de cabeças de gado, medidas de cereal, etc.). O registro mais antigo até agora encontrado data do século XIV a.C. e está escrito em símbolos cuneiformes da língua acadiana. O pedaço de barro escrito foi achado em Jerusalém por arqueólogos israelitas. O último documento registrado em escrita cuneiforme da sociedade da Mesopotâmia é um almanaque astronômico datado de 75 d.C., onde estão anotados os movimentos dos astros mês a mês.

 

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