domingo, 4 de junho de 2023

TEMA - MESOPOTÂMIA: ECONOMIA & POLÍTICA


 A civilização suméria, assim como os assírios, os caldeus e os babilônicos, desenvolveu-se na região da Mesopotâmia (do grego, entre os rios) ficava entre os rios Tigre e Eufrates, no território do atual Iraque. Apesar de atualmente não ser uma região muito especial, exceto pelo petróleo e os conflitos constantes, na época era um lugar muito privilegiado. Com cheias dos rios as terras eram fertilizadas pelo limo e húmus (material orgânico em decomposição). Os rios favoreciam a pesca e havia caça abundante e condições para criar animais nas margens dos rios.. Assim como os povos do Egito antigo, as civilizações da Mesopotâmia eram hidráulicas, isto é, sua estrutura econômica dependia estruturalmente dos rios. Tanto foi assim que o termo Mesopotâmia significa “terra entre rios”. Os rios que entrecortam tal região são o Tigre e o Eufrates.

O Tigre e o Eufrates nascem nas montanhas do leste da Turquia e, depois de atravessarem esse país e o norte da Síria, penetram no Iraque, onde formam uma extensa planície fluvial antes de confluírem e desembocarem no golfo Pérsico. As bacias de ambos os rios somam 673.400km2 e em sua maior parte são áridas ou semi-áridas. Entretanto, as chuvas e neves invernais da cordilheira do Taurus, na Turquia, e de Zagros, no Irã, alimentam um caudal considerável, que na foz alcança média de 1.400 m3/s. A irregularidade do fluxo de água é notável. As maiores cheias verificam-se em abril e maio, o que fertiliza a região. Os cultivos de regadio, com tradição de milhares de anos, alimentam uma densa população. No território delimitado pelos rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia, floresceram importantes civilizações antigas, como a dos sumérios e a babilônica.

O Eufrates estende-se por cerca de 2.700km e origina-se de dois rios que nascem nas montanhas armênias, o Kara-Su e o Murat. Esses rios, após um percurso acidentado na direção oeste, confluem em Keban, onde se construiu uma grande represa. Mais abaixo, o Eufrates segue para sul, atravessa a cordilheira do Taurus e penetra na Síria, onde se desvia para sudeste e recebe pela esquerda o rio al-Kabur. Entra depois no Iraque e seu curso converge com o do Tigre, ficando entre eles uma língua de terra, chamada al-Yazira ("a ilha").

O Tigre, com 1.900km, nasce também nas montanhas da Turquia e se dirige para sudeste até a fronteira turco-síria, a qual contorna num breve trecho antes de penetrar no Iraque. Recolhe as águas de boa parte da Taurus e recebe vários grandes afluentes procedentes dos montes Zagros, como o Grande Zab, o Pequeno Zab e o Diyala, que lhe dão um caudal maior que o do Eufrates.

 Surgimento das Cidades

 O surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região foi acompanhado do desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos, evitava inundações e garantia o armazenamento de água para as estações mais secas. Fazia-se necessária a construção dessas estruturas para manter algum tipo de controle sobre o regime dos rios Tigre e Eufrates. A princípio se acreditou que a construção desse sistema de irrigação fosse responsável por determinar um controle rígido e despótico da sociedade pelos governantes. No entanto, descobertas recentes têm verificado que o processo de canalização e controle das enchentes periódicas dos rios foi de longa duração, e as obras de engenharia mais complexas foram realizadas apenas no período helenístico. Esses rios gêmeos, em função do relevo que os envolve, correm de noroeste para sudeste, num sentido oposto ao rio Nilo, sendo as enchentes na Mesopotâmia muito mais violentas e sem uniformidade e a regularidade apresentada pelo Nilo. A recompensa - terra para lavrar, água para irrigar, tâmaras para colher e pastos para a criação - fixou o homem à terra. Somente o trabalho coletivo permitiu que se pudesse dominar os rios, o homem que se afastava das cidades se afastava das áreas irrigadas, pondo-se à margem desse processo.

Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de uma unidade política. Entre eles, sempre predominaram os pequenos estados, que tinham nas cidades seu centro político, formando as chamadas cidades-estado. Cidade-Estado é uma cidade, um local independente, que possui seu próprio governo. A cidade-estado é uma cidade dentro de outra cidade, onde ela sobrevive independente do local onde está inserida, com suas próprias leis. Cada uma delas controlava seu próprio território rural e pastoril e a própria rede de irrigação. Tinham governo, burocracia própria e eram independentes. Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades, surgiram os estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem divina. Nos nossos dias existe uma cidade-estado: A cidade do Vaticano. A cidade do vaticano é denominada oficialmente de Estado da Cidade do Vaticano, fica localizada dentro da cidade de Roma, na Itália mas, é uma cidade eclesiástica, soberana, governada pelo papa.

O Patesi

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 Do ponto de vista político, as cidades sumerianas eram completamente independentes entre si. Em cada uma delas, um sacerdote contava com o auxilio de um grupo de anciãos para que as principais decisões políticas fossem afixadas. Contudo, em certo momento, vemos que essa configuração passa a ser substituída por um modelo mais centralizador na figura do Patesi. O patesi (lit. "Senhor da lavoura") é um termo usado para designar o chefe político-religioso de dado império que viveu na região. 

 Esse chefe assume a condição de monarca da cidade-Estado e transmite os poderes de seu cargo para um herdeiro, formando uma dinastia. O Patesi era um rei-sacerdote com funções religiosas e militares, controlava as obras públicas como a construção de canais, celeiros e templos, além de desfrutar do poder absoluto pois alegava ser o vice-rei na terra de seu deus, e que ainda estava dentro do limite de seus próprios domínios. É o Patesi quem desempenhava as três funções mais importantes da sociedade: chefe guerreiro, sacerdote supremo e governante máximo. A ele era confiado toda segurança e todos as responsabilidades pela cidade-estado. Sargão I foi o rei acadiano responsável por transformar a cidade de Acádia em um império de vastas extensões.

PRÉ-HISTÓRIA & PALEOLÍTICO - SLIDES